quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

As organizações Contemporâneas e a Adaptação dos Gestores em Ambiente Instável

Competências essenciais dos gestores da atualidade e a formação de equipes de risco para o desenvolvimento de estratégias robustas adaptativas.

Por Carlos Bruno Alves Ribeiro
Em um cenário de incerteza e de frequente mudança, tão comum às organizações contemporâneas, a cada dia o futuro se torna mais incerto, as empresas encontram-se imersas em ambientes complexos, confrontando-se constantemente com desafios e dificuldades, para os quais se torna necessário encontrar soluções. Neste contexto surge a imagem do líder que deverá basear a sua gestão na confiança, na valorização das pessoas, na sinergia, na cooperação, no trabalho em equipe e na motivação.  Contudo, a que se ressaltar também, a imagem do empreendedor, que é o indivíduo que detém a capacidade criativa de trabalhar nas atividades de administração, organização, execução e geração de lucro, transformando seu arcabouço profissional e intelectual em produtos e serviços novos, o possibilitando criar o que ainda não existia. Esse empreendedor deve exercer três tarefas fundamentais, o controle sobre os fatores externos, possibilitando atrair clientes e recursos, exercer a inovação, ou seja, criar novos serviços e produtos. Por fim, a eficiência, para dinamizar os processos operacionais e distribuir os produtos ou serviços de forma rápida, competitiva e eficiente. Esse é o procedimento pelo qual as pessoas empreendedoras reconhecem oportunidades, agarram-na, assumem um futuro incerto e a transformam em um negócio lucrativo denominado de empreendedorismo.
Consequentemente, um líder empreendedor tem uma visão mais crítica e aguçada perante as atitudes e ações que deve desempenhar, para o alcance de metas e objetivos nesta trajetória. As soluções ou decisões que são tomadas não estão limitadas unicamente por uma questão cognitiva ou de racionalidade, isso, entretanto, não significa falta de gestão. Ou seja, deve-se estabelecer um método de gestão e de tática capaz de propiciar à organização as condições necessárias à sua sobrevivência e ao seu desenvolvimento.
Para compreender melhor este cenário é necessário partir do prisma do pensamento complexo ou teoria da complexidade, pois no mundo contemporâneo as empresas são complexas, assim, entendemos que o mundo não é separado em partes, ou seja, fragmentado, estamos todos unidos, interligados como nas organizações em que se podem encontrar vários sistemas complexos, como descreve essa teoria.  Portanto, a organizacão possui distintas divisões que tanto na teoria quanto na prática, deveriam se interagir, ou seja, apesar de complexa deve funcionar harmonicamente.
Como foi explanado anteriomente, uma organização possui distintas divisões, essas divisões são conhecidas como estrutura organizacional que pode ser entendida como a forma com que as empresas se articulam para desenvolver suas atividades. Logo, torna-se necessário a compreensão do ambiente que é resultado da análise das variáveis que o compõe, como economia, tecnologia, política, legislação e outros. Essas são caracterizadas como macro variáveis, ou seja, estão além do controle do gestor e da empresa. Por isso, o que a empresa deve fazer é adaptar-se, ou seja, aproveitar a oportunidade, uma vez que a flexibilidade e a adaptabilidade advêm em situações e momentos praticamente concomitantes.  Portanto, a adaptação das estratégias é o que orienta as decisões e ações gerenciais no uso de competências, para ter vantagem competitiva e superar competidores. Isso faz com que a oferta se torne escolha de seus clientes, dentre todas as ofertas concorrentes e deste modo a sua composição irá indicar o quanto será acirrada a disputa no mercado. Surge assim, a demanda que é, portanto, a resultante da ação conjunta ou combinada de todas as variáveis, que influenciam a escolha do consumidor como preço, necessidade, desejo ou a preferência.  Logo, administrar um cenário de demanda variável é complexo, uma vez que seu objetivo é suprir os picos de demanda do mercado, buscando alternativas para minimizar o impacto na rentabilidade da empresa.
Por consequinte, se faz necessário o conhecimento do modelo gerencial que se refere às atividades de gestão da organização, como planejar, organizar, executar e controlar (modelo tradicional), ou seja, as quatro funções básicas da administração exercidas teoricamente pelo administrador.  Contudo, além das limitações técnicas, o profissional, durante o planejamento estratégico, deve se ater aos aspectos e limitações voltados às relações. Sendo imprescindíveis as interações que possibilitam a comunicação dentro das organizações que agem por meio de seus stakeholders, de forma estratégica ou comunicativa, visando à obtenção de recursos necessários à sua participação competitiva.  Assim, as organizações exercem uma função de “modelar” o comportamento de seus membros, influenciando indivíduos ou grupos na mesma organização, incentivando a produtividade, bem como respostas rápidas as táticas administrativas. Resultando no empenho em superar as pressões sociais, econômicas, culturais, tecnológicas e políticas.
Com base no que foi contextualizado anteriormente, as competências essenciais dos gestores da atualidade culminaram na formação de equipes de risco, responsáveis por desenvolver estratégias robustas adaptativas. Com o objetivo de promover o espírito e a prática da iniciativa empreendedora nas empresas. Essas equipes são compostas de indivíduos que criam e compartilham a responsabilidade por uma nova organização dentro da empresa e têm liberdade para formular seus objetivos e táticas, ajudando as empresas a lidar com as variações do cenário econômico. Portanto, podem se concentrar nas necessidades de seus clientes e se adaptar, nos mais diferentes mercados a partir de um projeto tecnológico e organizacional existente. Essa modalidade dá origem a uma nova forma de pensamento empreendedor que pode se tornar a diferença entre o sucesso e o fracasso de muitas empresas no cenário contemporâneo.
Referências Bibliográficas
Tragtenberg, M. (1976). A Escola Como Organização Complexa. In: GARCIA, Walter. (Org.) Educação Brasileira Contemporânea: organização e funcionamento. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, pp. 15-30. Disponível em: http://www.marculus.net/textos/A Escola Como Organiza
HERSEY, P. & BLANCHARD, K. Psicologia para Administradores de Empresas. São Paulo:EPU, 2ª ed, 1977.
MUCHINSKY, Paul M. Psicologia Organizacional. Trad. Ruth Gabriela Bahr. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

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