terça-feira, 15 de março de 2011

Línguas em Português


Por Carlos Bruno Alves Ribeiro
Quem nunca em uma viagem foi surpreendido por não conhecer algumas expressões ou palavras ditas em determinados lugares. Partindo deste principio, surge à lingüística e a semiótica. A lingüística é o estudo da linguagem verbal e a semiótica é o estudo de toda e qualquer linguagem. Para a semiótica, as linguagens são as mediações entre o homem e o mundo, responsáveis pela criação da realidade. Um bom exemplo que ajuda a ilustrar este contexto é o documentário “Língua: Vidas em Português”, de Victor Lopes, assim, torna se mais fácil compreender o valor da língua e o que é a variação lingüística. Este artigo irá apresentar uma breve análise, relacionando o valor da língua para a construção cultural e o valor da linguagem para seus falantes.
No documentário “Língua: Vidas em Português”, de Victor Lopes, quando se observa as variações lingüísticas presentes, percebe se que a pronuncia se difere de região para região, isso por que, essas variações ocorrem em virtude das diferenças culturais, influenciadas pelos costumes, religião, variedade étnica, política e social. Segundo o escritor José Saramago, “não há língua portuguesa, há línguas em português”. Ou seja, contextos diferentes, mas um mesmo idioma, que sofrerá inúmeras variações dentro de cada grupo de falantes. Com tudo, essas distinções, podem dificultar o entendimento da pronuncia de algumas palavras, em razão das variações e características regionais, o que acarreta diferença na percepção de determinadas palavras e expressões, causando uma perda de comunicação durante esse processo.
No documentário, essa relação estabelecida pela língua passa por diferentes povos que falam a língua portuguesa, desde brasileiros, africanos, portugueses e até japoneses.  Diferentes sotaques, moda, músicas e gosto, mostram que a língua é um conjunto de expressões diversas. E no Brasil, grandes personalidades, como Martinho da Vila, radialistas e vendedores, fazem uso da língua portuguesa das mais diversas maneiras, usando-a para sua sobrevivência, fica claro que os ambientes sociais e geográficos influenciam as formas de falar. E assim, quem fala certo ou quem fala errado? Qual a forma de falar tem mais valor? E qual a região fala o melhor português? Esses equívocos favorecem a inclusão ou exclusão de um individuo em determinados grupos, isso porque o individuo é influenciado através das diferentes classes sociais. Assim, surge o preconceito lingüístico, perceptível através da fala, pois a língua “vale” na sociedade o que “vale” os seus falantes.
Ribeiro, Carlos Bruno Alves